Veja como ajudar seu filho na adaptação à nova escola

sex, 27 de fevereiro de 2015 • 13:43 • Educação

Nesse início de ano muitas crianças estão entrando na escola, outras estão apenas mudando de sala e professor... Mas, em todos esses momentos, a adaptação se faz necessária. Existem pontos importantes que ajudam bastante nessa hora. 
 
A postura acolhedora, amável e disponível do professor é o primeiro deles. Mais do que organização ou cumprir o planejamento, nesse primeiro momento as crianças precisam de colo. O carinho, os olhos nos olhos e a disponibilidade no coração para o amor é o que possibilita esse encontro se fortalecer e o vínculo de confiança surgir. Sem a confiança a sensação da criança é de estar com alguém estranho a ela, com muitas crianças, num lugar desconhecido (para os iniciantes) e sem a mamãe ou o papai. Pensar pelo prisma da criança nos possibilita perceber o tamanho da importância desse vinculo professor - aluno. 
 
Normalmente as salas onde a adaptação ainda se faz necessária, a professora tem um auxiliar que também é fundamental nesse processo. Se esse vínculo se der com a professora principal ou auxiliar tanto faz, o importante é encontrar dentro do ambiente escolar algum adulto que lhe forneça segurança. 
 
O outro ponto fundamental é a postura dos pais e mães nesse momento. Quando chegamos para deixar nossos filhos na sala e estamos com medo ou considerando que ficar na escola é sofrimento, toda essa vibração é captada pela criança. Nossa segurança na escolha da escola e naquele profissional é primordial para que a criança possa abrir seu coração para esse novo ambiente. Então, quando a criança chorar, é muito importante que entendamos que essa é a forma dela demonstrar esse desconforto inicial de estar num novo ambiente, com novas pessoas. Ficando na escola, abrindo o coração e vendo os pais tranquilos, em poucos dias o chororô passa. Isso acontece principalmente com os vínculos que a deixam segura, o que torna possível seguir feliz. 
 
Existem normalmente dois processos para a adaptação: no primeiro a criança aceita brincar com todas as novidades oferecidas e não fica muito ligada nos pais ou mesmo na professora. Os primeiros dias seguirão muito bem, ficamos até surpresos, mas depois de duas semanas quando a escola deixar de ser novidade e se tornar um ambiente conhecido, o choro e a vontade de ficar em casa começam a aparecer. Nessa hora é importante sermos firmes e seguirmos para a escola. É chegada a hora da professora ir em busca do vínculo de confiança. Colo, parceria, acolhimento e quando a segurança retornar ao coração, tudo seguirá bem. 
 
O outro processo se dá de outra maneira. Algumas crianças, uma minoria pelo que percebo, quando chegam na escola já percebem que ali terão de ficar, sem a mãe e com essas pessoas até então desconhecidas. Ao se dar conta disso, nenhuma distração, brincadeira ou estímulo são interessantes. O que ela quer é ir pra casa. Está fechada para o novo e todos os brinquedos oferecidos. Nessa hora é importante demais que o vinculo, o colo, a disponibilidade da professora ou auxiliar aconteçam como que de imediato. Essa criança apenas ficará bem na escola quando se sentir segura pra isso. Com essa parceria, essa relação de confiança surgindo, essa criança se abre para esse novo ambiente e começa a explorá-lo já em segurança. Tentar distraí-la ao invés de se abrir para o vínculo de fato pode prejudicar ainda mais o processo. É preciso o encontro autêntico e verdadeiro. 
 
Nos dois processos o ponto crucial é o vínculo com a professora. Se a adaptação estiver difícil, veja seu estado interno como está. Será que eu mãe confiou na escola, está com medo ou aflita de deixá-lo? Se sim, perceba o quanto este ambiente é rico e que não há sofrimento, há apenas desconforto do novo. Vai passar e você pode ajudar. 
 
Se demorar e não passar, marque uma conversa com a professora ou orientadora e peça por esse colo, por essa disponibilidade. Muitas vezes acontece das professoras terem tanto a fazer que a abertura para a relação no um a um dentro de uma sala, pode realmente ficar prejudicada. Com essa conversa,tudo pode ficar mais claro e assim, família e escola passam a trabalhar na mesma direção: do crescimento rumo a autonomia e independência. Na escola, no micromundo como gosto de chamar, a criança vive a riqueza que vai muito além da matemática ou do português. A criança vive e aprende ao viver. Aprende a existência do outro, aprende sobre si mesma e principalmente aprende a se relacionar, a viver com, a conviver. 
 
ARTIGO DE ESPECIALISTA
 
Dra. Daniella Freixo de Faria PSICÓLOGO - CRM 06/58821/SP
 
Fonte: Portal YAHOO.com.br

Fotos