'Sou candidato à Presidência para mudar o Brasil', diz Aécio Neves
dom, 15 de junho de 2014 • 00:43 •
Política
Em clima apoteótico e recheado de menções ao avô Tancredo, o senador Aécio Neves foi oficialmente declarado candidato do PSDB à Presidência da República e previu sábado (14), que um "tsunami" varrerá o PT do poder e permitirá um "reencontro" do Brasil com a decência. "Sou candidato à Presidência da República para mudar o Brasil!", disse Aécio ao término de seu discurso. "Até a vitória!"
Aécio fez elogios ao governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso e bateu duramente no governo do PT, que há quase 12 anos comanda o governo federal.
"A cada dia que passa por cada Estado e região pelos quais ando, percebo que não há apenas mais uma brisa, mas uma ventania por mudança, um tsunami que vai varrer do governo federal aqueles que lá não têm se mostrado dignos e capazes de atender às demandas da população brasileira", disse.
O tucano também disse que o PSDB manteve sua coerência no período em que esteve na oposição e atacou o PT ao afirmar que o partido governista também manteve a coerência.
"Aqueles que foram contra o Plano Real é que hoje permitem a volta da inflação. Quem foi contra a Lei de Responsabilidade Fiscal é quem hoje realiza a maldita contabilidade criativa", disparou, acrescentando que estava ali para "dar um basta".
Antes da fala do candidato, ouviu-se o hino nacional gravado pelo cantor sertanejo Zezé de Camargo, cabo eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de 2002. No púlpito coberto com a bandeira brasileira, Aécio deu um salto à década de 1990, anos em que o PSDB presidiu o País. Ele discorreu sobre o Plano Real e afagou o ex-governador de São Paulo José Serra, "amigo e ministro, responsável pelo maior programa de combate à aids do mundo".
A segunda e maior parte de seu pronunciamento foi toda dedicada ao PT. Aécio começou afirmando que a "herança deixada por FHC está se esvaziando" e deu como exemplo "a volta da inflação" e a "desvalorização" da Petrobras, "que deixou de frequentar as páginas econômicas para frequentar as páginas policiais". "Cada ato é consequência de um governo que governa para si mesmo e que perdeu a capacidade de ouvir."
Andando pelo palco, Aécio concluiu fazendo uma referência a JK e Tancredo: "Se coube a JK permitir o encontro com o desenvolvimento há 60 anos, Tancredo permitiu o reencontro com a democracia 30 anos depois. Outros 30 anos se passaram: que haja o reencontro com a decência, eficiência e a coragem. Aceito hoje a indicação do meu partido. Sou candidato à Presidência da República para mudar o Brasil."
Aécio foi precedido no palco por FHC. À vontade, o ex-presidente discursou andando de um lado para o outro, segundo ele, "emocionado". "Estou entrando na nona década de vida emocionado com a sensação de que vamos ganhar esta eleição."
Para o tucano, "o governo atual é arrogante, culpa a imprensa e a oposição", enquanto a campanha do PSDB está "unida". Sobre Aécio, uma homenagem ao avô: "Eu venho de outra época. Assisti de perto às transformações das Diretas Já e a redemocratização. Tancredo Neves deu a vida para que o Brasil pudesse mudar. É deste que descende Aécio", disse. À filha de Juscelino, FHC afirmou que seu pai governava com alegria, e não com "carranca", em uma indireta à fama de durona da atual presidente.
Ele concluiu o discurso prevendo vitória de Aécio, que foi ao seu encontro sob aplausos da militância.
Mas nenhum discurso contra o PT foi mais duro do que o preferido por Serra. Ele falou da "economia estagnada, inflação aumentada e saúde avançando para trás". "Para se chegar a isso, tem de ter uma incompetência convicta, de muito talento, como é o de Dilma."
O ex-governador paulista disse que o tucanato enfrenta dossiês, calúnias e "profissionais da roubalheira financiados com dinheiro público".
Sobre Aécio, poucas palavras. Ele disse que o PSDB está unido em torno do mineiro, "líder da vitória". Depois dessas palavras, Aécio foi ao encontro do antigo rival e, de braços dados, foram aplaudidos pela plateia.
O mesmo fez Aécio ao fim do discurso de Alckmin. O pronunciamento do governador de São Paulo foi curto, mas chamou a atenção pela empolgação quase sem fôlego com que anunciou "Aécio presidente".
*Com Reuters
Fonte: Portal IG - www.ig.com.br