Saiba quais as opções para se comprar um automóvel no Brasil

sex, 06 de setembro de 2013 • 13:44 • Autos

Não é só o crédito imobiliário que está em alta. Dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) apontam um saldo na carteira de financiamento de veículos (lucro das empresas financiadoras) de R$ 188,6 bilhões em 2010. Desses, R$ 105,3 bilhões foram liberados – como Crédito Direto ao Consumidor (CDC) ou leasing - para quem quis comprar um automóvel, mas não tinha todo o dinheiro disponível.
 
Existem quatro maneiras de se comprar um automóvel no Brasil: à vista, financiado, por meio de consórcio ou leasing. A melhor de todas é o pagamento à vista que evita dívidas futuras e força o consumidor a criar uma disciplina para poupar parte da sua renda e ainda permite negociação de descontos.
 
Ainda assim, esta foi apenas a segunda opção dos brasileiros na hora de comprar um carro novo ou usado em 2010. Segundo a Anef, no ano passado, 37% das vendas de veículos e comerciais leves foram feitas com pagamento à vista. O grande campeão foi o financiamento (46%), com a modalidade leasing em terceiro (11%) e, na lanterna, o consórcio (6%). Desde 2006 o financiamento não conseguia tirar a primeira posição da venda à vista (veja tabela abaixo).
 
“É preciso pensar em alguns aspectos. Se eu tiver uma parte do dinheiro eu posso financiar o veículo em menos meses. É importante que se saiba que quem financia paga juros. E quem paga juros tem dívida. E quem paga dívida realiza menos sonhos. O comprador deve se perguntar: eu preciso mesmo do veículo? O que ele vai agregar para mim? E qual será o seu custo mensal?”, explica o educador financeiro Reinaldo Domingos.
 
O custo mensal de um automóvel deve ser levado em conta na hora em que se pensa em entrar num financiamento ou então optar pelo leasing. Afinal de contas, junto às prestações serão adicionados os gastos com combustível, IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor, cuja alíquota varia de 2 a 4% do valor venal dependendo do estado), licenciamento, inspeção veicular, seguro obrigatório e particular, eventuais multas, além da manutenção periódica e estacionamento. “Somando tudo isso, o custo mensal chega a 3% sobre o valor do carro. A prestação pode ser no valor de R$ 500, mas o consumidor esquece que tem em média mais R$ 600 de manutenção. E por conta disso ele pode entrar na inadimplência”, alerta o educador financeiro.
 
Passada a análise de sua saúde financeira, é a hora de escolher não só a modalidade do crédito a ser contratada, como também pesquisar as melhores taxas de juros e saber quanto você possui para dar de entrada e tentar suavizar as prestações. Importante também ter sempre em mente que a comprar um carro não é um investimento. É um bem que sofre uma depreciação, por ano, de pelo menos 10% de seu valor. Isso significa que além de o preço final do automóvel ser maior do que o preço na loja, este bem estará desvalorizado na hora em que for quitado, meses ou anos depois.
 
Não é apenas o CDC que está à disposição do consumidor. Quem quer comprar um carro zero ou usado mas não possui todo o dinheiro em mãos pode se valer do leasing, uma espécie de aluguel no qual você fica com o bem após o período do contrato, e também o consórcio, quando o consumidor deposita mensalmente uma quantia a espera do sorteio de uma carta de crédito para poder efetuar a compra.
 
O próximo passo é a procura pela melhor taxa de juros do mercado. Por isso, pesquise e evite aceitar logo de cara da concessionária as financeiras com quem a loja tem parceria. Lembre-se que o banco em que você possui conta pode ser mais maleável na hora de conceder o crédito justamente por já conhecer a sua história financeira. Outra dica é utilizar os simuladores de financiamento que os bancos brasileiros disponibilizam em seus sites. Outra ferramenta de auxílio pode ser a tabela do Banco Central com as taxas praticadas pelas instituições financeiras para a modalidade CDC.
 
Decidido os passos anteriores é hora de ver quanto dinheiro você pode dar de entrada. A regra para se gastar menos com os juros é simples: quanto maior o valor da entrada e menor o número de parcelas, menor será a sua dívida com a financiadora. “O que vai determinar as opções é a capacidade de pagamento dessas prestações. Quanto menor o tempo para se pagar o financiamento, menores serão os juros”, diz Reinaldo Domingos.
 
Prudência
Em dezembro de 2010 o Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional, e o Banco Central adotaram medidas para conter a procura pelo crédito e evitar a inadimplência.
 
Na prática,os fornecedores de crédito passam a ter de colocar mais dinheiro próprio nessas operações caso o valor da entrada dado pelo consumidor não atinja o mínimo previsto. Até então, a cada R$ 100 emprestados, por exemplo, os bancos tiravam R$ 11 (ou 11%) de seus próprios recursos. A partir de então, esta participação passou para R$ 16,50 (ou 16,5%). Fica a cargo das empresas a decisão de como repassar (ou não) este custo a mais para seus clientes.
 
Foram criadas três faixas em que este aumento (de 11% para 16,5% do valor da operação) se aplica: para financiamentos com prazos de 24 a 36 meses, ele incide quando o valor da entrada for abaixo de 20% do valor do bem; para os contratos de 36 a 48 meses, quando a entrada for abaixo dos 30%. Entre 48 e 60 meses, quando for menor do que 40%. Nos casos de financiamentos superiores a 60 meses, a restrição ocorre independentemente do valor da entrada.
 
Fonte: Portal Brasil

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