Projetos de redução de peso promovem saúde no Brasil
ter, 20 de janeiro de 2015 • 13:06 •
Saúde
A Atenção Básica também proporciona diferentes tipos de tratamento e acompanhamento ao usuário, incluindo o atendimento psicológico.
Atualmente, existem 3.695 Núcleos de Atenção à Saúde da Família, com 3.247 nutricionistas, 5.062 fisioterapeutas e 3.691 psicólogos, além de educadores físicos e sanitaristas.
A evolução do tratamento deve ser acompanhada por uma das 40,5 mil Unidades Básicas de Saúde, presentes em todos os municípios brasileiros. Nos casos de obesidade mórbida, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece ainda, como último recurso para perda de peso, a cirurgia bariátrica.
A nova Política Nacional de Promoção da Saúde, do Ministério da Saúde, tem como objetivo deter o desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), entre elas a obesidade. No Brasil, do total de óbitos registrados em 2011 (cerca de um milhão de mortes), elas foram responsáveis por cerca de 74 mil (72%).
O enfrentamento às DCNTs é um dos principais desafios de saúde pública no mundo. Por isso, o planejamento de ações voltadas para prevenção dos fatores de risco, como o sedentarismo e má alimentação, além de investimentos na qualificação da atenção e da assistência aos pacientes, são fundamentais para diminuir os índices brasileiros.
Ângela Lucas Oliveira, responsável pela Coordenação do Cuidado do Departamento de Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, no Paraná, relata a experiência da cidade com o Grupo de Enfoque Multidisciplinar.
Formado por nutricionistas, psicólogos, educadores físicos, fisioterapeutas e farmacêuticos, ps profissionais atenderam cerca de 1.500 pacientes durante o ano de 2013. “Atividade coletiva, grupo de caminhada, trabalho com hipertensos, diabéticos, consulta individual, visita domiciliar e qualquer outra atividade nas Unidade de Saúde pode ser uma porta de entrada para o Enfoque Multiprofissional”, conta.
Luciana Caetano é agente comunitária e participou do projeto de Curitiba entre de março de 2013 até o março de 2014, período em que perdeu mais de 20kg e reduziu seu índice de massa corporal (IMC) de 30 para 24. “A gente come muito fora de horário, poucas vezes, daí a gente foi orientado a ter alimentação a cada 3h, tomar bastante água, comer coisas saudáveis, porque às vezes a gente não sabe como comprar o alimento, acha que porque é integral, você pode comer bastante”, reconhece a agente comunitária.
Entre as ações do Ministério da Saúde para incentivar a prática de hábitos saudáveis na população, está o Programa Academia da Saúde, iniciativa de implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de saúde e atividades físicas. Hoje já são mais de 3 mil polos habilitados para construção em mais de 2 mil municípios.
Vanessa Mior é educadora Física da Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT), em Chapecó, Santa Catarina, local em que funciona o Grupo de Apoio ao Emagrecimento. O atendimento aos participantes do grupo tem duração de seis meses e também conta com uma equipe multidisciplinar, que atende pessoas com IMC acima de 40, apresentando obesidade mórbida. Desde 2013, 86 pessoas já passaram pelo projeto.
“Durante os primeiros 30 minutos, eu passo alongamentos, atividades aeróbicas, circuitos, caminhadas orientadas nos parques ao ar livre. Depois eles têm 1 hora de informação com uma nutricionista e mais 30 minutos de práticas integrativas, como a dança circular”, explica a educadora física.
No projeto, Vanessa Mior ressalta que, após os seis meses, se o paciente reduz o IMC e sai do grau de obesidade mórbida, ganha alta do grupo e é encaminhado a outros serviços para dar continuidade ao acompanhamento com reeducação alimentar e atividades físicas.
Caso o paciente não consiga uma evolução satisfatória neste mesmo período, ele se mantém por mais seis meses em atendimento físico semanal e encontros mensais com o profissional de nutrição.
Apesar do grande percentual de mortalidade prematura por doenças crônicas, o Brasil superou a meta de redução estabelecida, que era de 2% ao ano. Entre 2010 e 2011, o índice de queda da mortalidade prematura (30 a 70 anos) por DCNTs foi de 3,8%. A expectativa é chegar a 25% em 2022.
Fonte: Blog da Saúde