Prefeito de Leme, Paulo Blascke, é cassado e vice-prefeito assume cargo

sex, 01 de maio de 2015 • 19:59 • Política

A Câmara dos Vereadores de Leme (SP) decidiu pela cassação do prefeito Paulo Blascke (PT) durante a sessão extraordinária realizada na noite de quinta-feira (30). Ao todo, a Comissão Processante (CP) teve 12 votos favoráveis à cassação e cinco votos contra.  Em 19 de fevereiro, a Câmara abriu a CP para apurar quatro denúncias de supostas irregularidades na Prefeitura apresentadas ao legislativo por um morador. A sessão terminou as 22h30. A partir desta sexta-feira (1), quem assume o cargo é o vice-prefeito, Ademir Donizete Zanóbia (PSDC). Blascke foi procurado pelo G1, mas não foi encontrado para comentar a decisão.
 
Muitos moradores levaram cartazes de protesto ao Plenário, que ficou lotado para acompanhar a leitura do relatório da comissão que investigou as ações do prefeito em mais de três mil páginas. Foram apontados indícios de irregularidades, principalmente na contratação de caminhões de lixo.
 
Denúncias
De acordo com o presidente da CP, o vereador João Machado (PV), quatro denúncias foram apuradas durante os 70 dias de investigação. A primeira  diz respeito ao atraso do repasse da parte patrimonial para o fundo de previdência dos funcionários municipais desde setembro de 2014, o que gerou juros de R$ 320 mil para a administração por conta de atrasos.
 
Outra denúncia aponta dois mandatos de segurança solicitados pelo próprio vereador João Machado, uma vez que o prefeito não solicitou as informações requeridas pela Câmara. No caso da terceira denúncia, uma licitação aberta para a contratação de quatro caminhões de lixo causou problemas, já que apenas dois estavam em atividade e a Prefeitura pagava pelos quatro. A suspeita é de que haja superfaturamento.
 
A última denúncia contra a administração foi contra a licitação de um terreno para a Aço Mogi, uma associação de cortadores de cana de açúcar, para a implantação de uma micro usina de processamento de hortifruti granjeiros, que teria sido irregular e direcionada.
 
O requerimento de cassação do mandato do prefeito foi apresentado por um homem chamado Osmar Rodrigues Santos e aceito por unanimidade pelos 17 vereadores presentes.
 
Em entrevista ao Jornal da EPTV na manhã de quinta, Paulo Blascke afirmou que estava tranquilo e que o processo não incriminava a administração. "Trata-se de um processo político. O denunciante, em seu depoimento, sequer conhece um processo de licitação. Esperamos que os vereadores façam um julgamento com as provas que estão nos autos”, afirmou na ocasião.
 
Fonte: G1 São Carlos e Araraquara

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