Novo Classe C é o camisa '10' da Mercedes-Benz

qui, 14 de agosto de 2014 • 13:21 • Autos

Às vezes é difícil admitir que seu camisa ‘10’ não é mais o mesmo. Que aquele cara que chamava a ‘responsa’ e ganhava o jogo sozinho, hoje é apenas mais um em campo. Reconhecendo a queda de rendimento de seu craque, mas entendendo que ele tem muito a dar ao time ainda, a Mercedes-Benz trabalhou rápido e, ao melhor estilo Joachim Löw – técnico campeão do mundo com a Alemanha –, traz para o Brasil a 5ª geração do Classe C, modelo que chega ainda este mês (agosto) às concessionárias com preço inicial de R$ 138.900.
 
No mundo, o sedã alemão é um best-seller com mais de 8,6 milhões de unidades comercializadas. No Brasil são mais de 50.000, sendo que metade (25.000) foram vendidas entre 2007 e 2014 com a 4ª geração. “Com o Classe C fomos líder no segmento em cinco dos últimos sete anos”, declarou Dimitris Psillakis, diretor geral de automóveis da Mercedes no Brasil. Hoje, o segmento tem o BMW Série 3 como referência.
 
Para tornar o Classe C novamente fator de desequilíbrio em campo, a fabricante alemã foi fundo na ‘preparação física do atleta’, renovando fôlego do modelo com os novos motores 1.6 e 2.0, ambos turbo e de quatro cilindros. O refinamento também passou por uma perda de peso de aproximadamente 60 quilos em comparação à geração passada – dependendo da versão – e ganho de medidas. O novo Classe C está, por exemplo, 10 cm maior em comprimento (4,68 m) e 8 cm em distância entre os eixos (2,84 m).
 
A Mercedes-Benz também aproveitou a reformulação física para dar mais refinamento, agregar mais tecnologia e, como todos podem ver, investir em um design muito mais moderno e atraente. Não lembrar muito o velho Classe C e ser chamado de mini Classe S, convenhamos, são elogios consideráveis.
 
Por aqui, inicialmente, serão ofertadas quatro versões: C180 Avantgard (R$ 138.900), C180 Exclusive (R$ 138.900), C200 Avantgard (R$ 154.900) e C250 Sport (R$ 189.900), cuja qual o WebMotors teve a oportunidade de avaliar por mais de 350 quilômetros entre trechos rodoviários e urbanos em São Paulo, local do lançamento oficial.
 
TRAJE ESPORTE FINO
Ao contrário das outras configurações, a C250 Sport já sugere uma pegada AMG – divisão de alta performance da marca. A dianteira, por exemplo traz para-choque mais robusto, com linhas marcantes e entradas de ar maiores. Além dos vincos marcantes, as laterais têm saias e rodas de liga leve de 18 polegadas com desenho exclusivo (pneus 225/45 R18 e 245/40 R18). O teto de traço arredondado tem queda suave e se funde levemente com a traseira – característica do novo Classe S -, que tem novo conjunto óptico (estilo CLA), saída dupla de escapamento e difusor na cor do veículo.
 
Por dentro chama atenção a evolução do refinamento. Não apenas o design está mais agradável ao olhar, mas os materiais ao toque. Além do couro que reveste bancos e painel das portas, um tipo de madeira refinado, chamado de Black Ash, garante classe ao sedã sem deixa-lo ‘tiozão’. No painel central, por exemplo, aquele amontoado de botões foi reduzido a apenas alguns comandos (botões cromados). Agora, com um layout mais clean, até o pequeno relógio analógico é facilmente notado.
 
Destaque para o console central com Touchpad (de série em todas as versões), tecnologia posicionada no local onde normalmente é o câmbio e que permite o motorista ter contato com a tecnologia multimídia. O ponto negativo fica por conta da tela fixa de 8 polegadas na parte superior do painel central – um sistema escamoteável como o adotado pela Audi em seus modelos é mais interessante.
 
Vestir o Classe C também é fácil. Os bancos esportivos trazem ajustes elétricos posicionados na porta – uma característica da Mercedes-Benz. O volante de boa empunhadura (base reta) e multifuncional também tem regulagem elétrica (altura e profundidade) da coluna de direção, onde fica posicionada alavanca do câmbio.
 
‘EM CAMPO’
Para ligar o C250 Sport é preciso – ainda – colocar a chave no contato e gira-la. Um sistema de chave presencial já estava mais que na hora de ser padrão. Lembrando que estamos falando de um carro de R$ 189.900. O freio de estacionamento, pelo menos, é eletrônico.
 
Em baixas rotações, o motor 2.0 turbo de 211 cv de potência – mesma cavalaria do Volkswagen Jetta TSI – trabalha em silêncio. Pensando em diminuir o consumo de combustível e de emissões de gases poluentes, o novo Classe C conta com sistema Start-Stop (desliga e liga automaticamente o veículo quando o motorista para, por exemplo, em um semáforo). De acordo com a equipe técnica da marca, o novo sedã chega a ser 20% mais econômico que o anterior.
 
Na cidade, a suavidade do C250 impressiona. Apesar de o torque máximo ser de 35,69 kgf.m entre 1.200 e 4.000 rpm, as saídas são suaves. Ponto positivo para o a transmissão automatizada de dupla embreagem e sete marchas que tem engates quase imperceptíveis. Com um ajuste mais firme, a suspensão – agora com diversos itens em alumínio – vai bem até mesmo em piso de paralelepípedo. O problema são os buracos surpresas, que proporcionam batidas secas e extremamente incômodas.
 
Este mesmo ajuste de suspensão (4link independente na dianteira e multilink independente na traseira) é a chave para a diversão nas rodovias. Incrível como o Classe C assenta nas curvas, mesmo quando abusamos um pouco do acelerador. O Mercedes parece rodar sobre trilhos. E mesmo quando se perde ligeiramente a noção em uma curva mais fechada, a tecnologia entra em ação. Além dos controles de estabilidade e tração, o C250 é equipado com tecnologia de vetorização de torque, sistema que, em uma curva, quando o carro começa a sair da trajetória, o freio ‘pincela’ a roda traseira do lado de dentro da curva e joga o torque para a traseira do lado externo, colocando o carro de volta ao rumo certo.
 
O novo Classe C também é equipado com Agility Select. Por meio de um seletor do lado esquerdo do Touchpad no console central, o motorista pode selecionar quatro opções de condução (ECO, Comfort, Sport e Sport+) além de poder configurar uma própria ao seu estilo de condução. Quando selecionamos o Sport+ para sentir a voracidade do sedã, imediatamente o motor passa a trabalhar em rotações mais elevadas e as trocas de marchas, antes imperceptíveis, passam a ser notadas como uma condução pede. A cada troca – seja automaticamente seja por intermédio das aletas atrás do volante (as populares ‘borboletas’), a saída dupla do escapamento funciona como amplificadores.
 
CONCLUSÃO
Prestes a ir para o banco de reservas por estar sem condições de atuar em grande nível, o Classe C250 conseguiu se reinventar com grande maestria. Tecnicamente é merecedor de elogios com um conjunto mecânico (motor, câmbio e suspensão) extremamente equilibrado. O acabamento interno também deu um salto de qualidade, mantendo o requinte e agregando esportividade. Preço e pacote de itens de série (controlador e limitador de velocidade, sete air bags, ar-condicionado, teto solar, direção com assistência elétrica, Park Assist de última geração, navegação GPS, entre outros) poderia ir além. No entanto, para voltar a ser referência entre outros camisas 10, principalmente ao estilo moderno do BMW Série 3, é preciso mais. A começar por uma opção com motor bicombustível.
 
Fonte: Portal WEBMOTORS - www.webmotors.com.br

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